quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Crateras da Lua com nomes de Jesuítas!

Amigos,

Conforme eu costumo comentar nos textos do blog, houve – e ainda há – muitos sacerdotes e/ou religiosos com forte atuação em diversos campos da ciência; com destaque para os Jesuítas. No último dia 31 de julho foi o dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus – a ordem (congregação) religiosa dos Jesuítas. Cito aqui o site internacional dos Jesuítas, e o recém-criado site dos Jesuítas no Brasil, conforme divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Resolvi citar a lista das diversas crateras lunares nomeadas em sua homenagem! Dentre os diversos campos da ciência em que os Jesuítas atuaram, destaca-se a matemática e a astronomia. No caso da Lua, especificamente, dois Jesuítas contribuíram com talvez o mais antigo selenógrafo, um mapa da superfície lunar: Jean-Baptiste Riccioli, SJ, e Francesco Grimaldi, SJ, durante o século XVII.

Cerca de 40 Jesuítas tiveram seus nomes dados a crateras lunares, porém algumas foram renomeadas, e atualmente somente 35 permanecem. Em 1922 foi criada a União Astronômica Internacional (International Astronomical Union - IAU), que codificou as crateras, eliminando conflitos. Os 35 nomes de Jesuítas foram mantidos desde então.

Nada mais justo que estes homens, que tanto contribuíram para a ciência, em especial para a astronomia, tenham tido seus nomes dados a crateras lunares! E que satisfação para nós, que partilhamos do diálogo entre ciência e fé, saber que há tantas crateras lunares com nomes de... Jesuítas!

Já comentei aqui no blog sobre o Pe. Clavius, SJ, sacerdote Jesuíta matemático que viveu entre os séculos XVI e XVII, e que esteve à frente do grupo que modificou o calendário, do então Juliano para o atual Gregoriano. Naquele texto anterior, em mostrei a cratera lunar nomeada em sua homenagem; mostrei também o link para o aplicativo Google Moon, onde se pode “navegar” pelo mapa da Lua. Uma das opções que achei bem interessante, é visualizar o mapa no formato “Elevação”, que é um mapa topográfico da superfície lunar, ou seja, um mapa com legenda de cores para a altitude; pode-se ver as alturas e profundidades das diversas regiões da Lua. Mas há outras opções de navegação também, à escolha de cada um.

Já andei “navegando” por lá, e encontrei algumas das crateras com nomes de Jesuítas! Convido você a também “navegar” um pouco por lá... afinal, você que acessou este texto agora, já sabia que havia crateras lunares com nomes de Jesuítas...?

Então bom proveito, e boa navegação! Aproveite também para divulgar esta maravilhosa notícia!

Crateras lunares com nomes de sacerdotes e/ou religiosos:


1.       Mario Bettini, italiano (1582-1657) – Cratera: Bettinus

2.       Jacques de Billy, francês (1602-1679) – Cratera: Billy

3.       Giuseppe Biancani, italiano (1566-1624) – Cratera: Blancanus

4.       Roger J. Boscovich, croata (1711-1787) – Cratera: Boscovich

5.       Nicolas Cabei, italiano (1586-1650) – Cratera: Cabeus.

6.       Christopher Clavius, alemão (1538-1612) – Cratera: Clavius.

7.       Jean-Baptiste Cysat, suíço (1588-1657) – Cratera: Cysatus.

8.       Gyula Fenyi, húngaro (1845-1927) – Cratera: Fenyi.

9.       George Fournier, francês (1595-1652) – Cratera: Furnerius

10.   Francesco Grimaldi, italiano (1613-1663) – Cratera: Grimaldi

11.   Christoph Griemberger, suíço (1564-1636) – Cratera: Gruemberger

12.   Johann Georg Hagen, austríaco (1847-1930) – Cratera: Hagen

13.   Maximillian Hell, húngaro (1720-1792) – Cratera: Hell

14.   Athanasius Kircher, alemão (1602-1680) – Cratera: Kircher

15.   Fancis X. Kugler, alemão (1862-1929) – Cratera: Kugler

16.   Charles Malapert, francês (1580-1630) – Cratera: Malapert

17.   Christian Mayer, alemão (1719-1783) – Cratera: Mayer

18.   Paul McNally, americano (1890-1955) – Cratera: McNally

19.   Theodore Moretus, belga (1601-1667) – Cratera: Moretus

20.   Denis Petau, francês (1583-1652) – Cratera: Petavius

21.   Jean-Baptiste Riccioli, italiano (1598-1671) – Cratera: Riccioli

22.   Matteo Ricci, italiano (1552-1610) – Cratera: Riccius

23.   Rodes*, húngaro (1881-1939) – Cratera: Rodes

24.   Romana*, espanhol (?) - Cratera: Romana

25.   Christophe Scheiner, alemão (1575-1650) – Cratera: Scheiner

26.   George Schomberger, alemão (1597-1645) – Cratera: Schomberger

27.   Ange Secchi, italiano (1818-1878) – Cratera: Secchi

28.   Hughues Semple, escocês (1596-1654) – Cratera: Simpelius

29.   Gerolamo Sirsalis, italiano (1584-1654) – Cratera: Sirsalis

30.   Johan Stein (1871-1951) – Cratera: Stein

31.   Andre Tacquet, belga (1612-1660) – Cratera: Tacquet

32.   Adam Tannerus, austríaco (1572-1632) – Cratera: Tannerus

33.   François de Vico, francês (1805-1848) – Cratera: De Vico

34.   Nicolas Zucchi, italiano (1586-1670) – Cratera: Zucchius

35.   Jean-Baptiste Zupi (1590-1650) – Cratera: Zupus

3 comentários:

  1. Gostei muito do seu artigo. Nos dias de hoje é um tanto constrangedor falar de ciência e fé, uma vez que o politicamente correto decretou que ambas estão em guerra. No entanto, a mente mais livre e perscrutadora rapidamente constatará nos anais da história que a Ciência Moderna e o Método Científico são filhos da fé que nasceram da Idade Média. Parabéns, continue escrevendo.

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    1. Fico feliz de saber que gostou do artigo. Há muitos textos no blog, convido-o a navegar mais, irá gostar de outros também, por certo. De fato, conforme seu comentário, parece que há uma intenção por parte de alguns (diria, de muitos), em alimentar esta falsa oposição entre ciência e fé. Aliás, aquilo que é estabelecido como politicamente correto, quando examinado com cuidado, de modo geral revela tratar-se de algo moralmente incorreto; quando não mesmo incorreto do ponto puramente intelectual. Por isso precisamos ajudar a desmistificar estas meias-verdades, que constituem as informações (ou seria melhor dizer desinformações...?) às quais a maioria das pessoas têm acesso, a começar pela escola.

      Sobre a suposta oposição entre ciência e religião, esta então já é bem antiga, apesar de mais acentuada atualmente. Em minha época de escola, já havia; se formos ao passado, remonta ao iluminismo, à revolução francesa, entre outras épocas problemáticas...

      Agradeço pelo estímulo! Seja bem-vindo!

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    2. Seu comentário sobre Idade Média está certo também: foi uma época muito frutuosa à ciência. Comento sobre isso em alguns textos do blog.

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