sábado, 6 de outubro de 2012

Ateísmo, racionalismo, socialismo e comunismo


Amigos,

Falemos um pouco sobre o ateísmo. Já é bem conhecido por nós que algumas pessoas tentam justificar seu ateísmo com falsas alegações de que não precisaríamos mais da fé atualmente, já que “a ciência explica tudo” (sic); logo, a fé não passaria de algo puramente subjetivo, classificada como fantasiosa, e até mesmo infantil ou supersticiosa. Na verdade, nada mais falacioso que estas afirmações...

“Aprendemos” na escola que a Idade Média teria sido a “Idade das trevas”, em que a Igreja “teria impedido” o desenvolvimento científico, intelectual e cultural, que só viria a florescer depois, com o advento do Iluminismo (Racionalismo, ou Positivismo, como se queira chamar, conforme as variantes que assolaram a Europa logo após o fim da Idade Média). Nada mais falacioso também.

A Idade Média, esta sim (e não o Iluminismo), deve ser chamada a “Idade das luzes”, dada a efervescência das atividades científicas, intelectuais e culturais que tiveram vez nesse período da história, e – diga-se de passagem – com participação muito ativa da Igreja!

É mentira dizer que a Igreja era contra o conhecimento e a ciência, quando foi a Igreja quem criou as universidades na Europa; e quando diversos homens do clero, ou religiosos, foram atuantes na ciência, muitas vezes dentro dos próprios mosteiros; além dos diversos cientistas leigos (que não eram parte do clero nem de congregações religiosas), que professavam abertamente sua fé, sem qualquer conflito com sua ciência.

É mentira dizer que a Igreja era contra as atividades intelectuais, e culturais de um modo geral, quando constatamos a beleza e a imponência das Catedrais – grandes obras de arquitetura, numa época em que não havia a tecnologia atual de construção –, e que ainda hoje estão de pé na Europa, podendo ser visitadas por quem tiver a oportunidade de fazê-lo; e também as maravilhas das artes a serviço do Sagrado, como a música (por exemplo, canto Gregoriano), e das pinturas e esculturas também presentes nas antigas igrejas da Europa (por exemplo, a Capela Sistina).

O Iluminismo jamais foi a “Idade das luzes”; antes, foi sim a “Idade das trevas”. Idade das trevas de ideias que levaram as pessoas a endeusar, idolatrar, a razão, como se ela bastasse para responder a todos os questionamentos humanos. Em que isso resultou? Resultou em diversas barbaridades que assolaram a humanidade, e que devemos rejeitar com todas as nossas forças, e banir definitivamente a possibilidade de que essas coisas se repitam na história. Vejamos.

Esse movimento racionalista, iluminista, positivista, culminou, no fim do século XVIII, com a famigerada Revolução Francesa, tão louvada nas aulas de história que tivemos na nossa época escolar. Louvada com a falsa justificativa de que foi uma revolução que pregava “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Não esqueçamos de que, na Revolução, foram executados, na guilhotina, milhares de sacerdotes católicos e religiosas (freiras).

Outras grandes pragas da humanidade surgiram a partir do materialismo e ateísmo: a ideologia marxista e os regimes daí derivados, como o socialismo e o comunismo, com base em “pensadores” ateus do século XIX, como Marx, Engels, Nisetzsche e Comte.

Diante disso, questionemos: como pode uma pessoa em sã consciência defender regimes sociais e políticos que tantos males causaram à humanidade, como o socialismo e o comunismo? Que tantos milhões de pessoas exterminaram, para atingir seus sórdidos objetivos? Me entristece lembrar que, em minha época de escola, os professores de estudos sociais nos apresentavam essas pragas como se fossem ideais a serem seguidos, de justa divisão de bens entre as pessoas... Mas escondiam de nós os males causados por esses regimes, as violações da liberdade, da dignidade e da vida exercidas para impor esses regimes em seus países!

Para nós, católicos, tanto o socialismo quanto o comunismo são incompatíveis com nossa fé – tanto quanto o ateísmo também o é. Isso porque esses regimes são ateístas em sua raiz (ainda que possam se apresentar disfarçados de outras formas). Para pessoas de outros credos, deveriam ser incompatíveis também, já que historicamente esses regimes tanto atentaram contra a vida humana.

A ciência, a filosofia, o uso da razão, enfim, nada têm a ver com materialismo, iluminismo, racionalismo ou positivismo. Lembremos do Preâmbulo da Carta Encíclica Fides et Ratio, do Beato João Paulo II:

“A fé e a razão (...) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. (...)”

Reflitamos sobre tudo isso.
(Texto modificado em 25/06/2014).

Sugestões de leitura:

- Carta Encíclica Fides et Ratio, do Beato João Paulo II.

- Felipe Aquino, Ciência e Fé em harmonia, Editora Cléofas, 2004.

- Felipe Aquino, Uma História que não é Contada, Editora Cléofas, 2008.

- Thomas E. Woods Jr., Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental, Quadrante, 2010.

(Modificado em 15/02/2019).
 

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