sábado, 10 de agosto de 2013

Fecundação: Início da Vida Humana


Amigos,

Hoje resolvi comentar sobre um assunto, motivado por ter assistido a um programa de televisão em que uma mulher conhecida do público foi entrevistada, a respeito de assuntos de reprodução assistida. Lá pelas tantas, ela fez algumas afirmações falaciosas. Vejamos:

Primeiro, ela disse que, para se convencer, se baseou “no que ouvia”, de que a morte é definida pela ausência de atividade cerebral; logo, “para ela”, a vida também começaria nesse momento, e nos embriões, com poucos dias de vida, quando são implantados, ainda não há nenhuma atividade cerebral, o que “a satisfez” como resposta... Depois, disse que, por ter implantado um número maior de embriões, e apenas alguns terem vingado, ela seria “a prova” (sic) de que a junção de um espermatozoide com um óvulo ainda não seria a vida (sic), mas a “possibilidade” de vida (sic)...

Indignado com estas falsas afirmações propagadas nos meios de comunicação, resolvi abordar logo o tema.

Na verdade, nem seria necessário tanta argumentação a respeito do início da vida humana, uma vez que trata-se de algo tão óbvio, mesmo à luz da razão. Entretanto, como há tanta gente se pronunciando por aí com “ares” de muito sabidos, ou repetindo coisas como se tivessem fundamentação científica – sem ter, de fato – afirmando que a vida não inicia com a fertilização, faz-se necessário levar luz para dissipar as trevas da mentira e do engano.

Antes mesmo de comentar sobre o aspecto da fé – não menos importante para nós, é claro – abordemos o tema pelo lado da ciência, apenas. Cito o grande cientista – já falecido – Dr. Jerôme Lejeune, descobridor da origem genética da síndrome de Down, em 1958. Esta síndrome também é conhecida como trissomia 21, pois deve-se ao fato de uma anomalia no cromossomo 21. Além de grande cientista, mundialmente reconhecido, foi um grande homem, que aliou conhecimento e competência profissionais à moral e à ética. Defensor da vida, sempre declarou objetivamente que a ciência mostra o óbvio: que a vida humana inicia na fecundação.

Isto deve-se ao fato de que, após a fecundação, em que os cromossomos do espermatozoide combinam-se com os do óvulo, forma-se todo o código genético que determina aquela nova vida humana. Todo o corpo se desenvolverá a partir daquela única célula, a partir do código genético que já está aí presente, e que determina como será a pessoa. Um espermatozoide ou um óvulo apenas, isolados, não podem dar origem à vida humana, estando destinados à morte. Mas quando ocorre a fecundação, a pessoa inicia um ciclo de desenvolvimento completo – a não ser que algo interrompa esse desenvolvimento natural – durante os cerca de nove meses no útero da mãe, e, após o parto, por toda a vida até sua morte. Vejam uma declaração do Dr. Lejeune:

“(...)a vida começa na fecundação. Quando os 23 cromossomos
masculinos se encontram com os 23 cromossomos femininos, todos
os dados genéticos que definem o novo ser humano já estão
presentes. A fecundação é o marco da vida”.

Dr. Lejeune alegava também que, se o zigoto não é um ser humano, então também não o seria depois:

“Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele
não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele”.

Ou seja, do ponto de vista biológico, a vida humana inicia-se na fecundação. Não é uma questão de opinião, é um fato científico; não é algo sobre o que se possa legislar em contrário; não é algo que possa ser manipulado. Argumentos contrários, tratam-se de “manobras” sem qualquer fundamento, nem sequer científico, muito menos moral e religioso, para atingir a fins sórdidos de promover amoralidades como: aborto, ou produção indiscriminada de embriões in vitro para a fertilização artificial; sem falar nos interesses comerciais de quem sobrevive disso.

Podemos citar aqui, também, o relativismo moral, sobre o qual o Papa Emérito Bento XVI tanto alertou; as pessoas querem fazer as “suas” verdades, como se isso fosse possível:

Quando se nega a todos a possibilidade de se referirem a uma verdade objectiva, o diálogo torna-se impossível e a violência, declarada ou escondida, torna-se a regra dos relacionamentos humanos.”1

A verdade é algo objetivo. A verdade sobre a vida humana ter origem na fecundação, não se trata de algo “negociável”, que possa ser decidido por acordos ou votações, para satisfazer aos propósitos deste ou daquele grupo. Ela é fato, e pronto.

No caso da mulher na tal entrevista da televisão, trata-se, obviamente, de manipulação da verdade, a fim de tentar satisfazer a “consciência” dela. Ou seja: se, “para ela”, a vida só começa com atividade cerebral dos embriões, logo, poderia ficar tranquila, pois não estaria lidando com vidas humanas ao congelar os embriões.

Vamos então desmascarar a falácia do relativismo moral. Consideremos, primeiramente, o “raciocínio” doentio e maldoso dessa gente – o qual iremos provar que está errado. Imagine se alguém resolve argumentar que o embrião, nos primeiros dias, ainda não se trata de vida humana; logo, na opinião deste, não o é. Já outro, resolve argumentar que sim; logo, para este, o embrião é vida humana. Mas então, teríamos duas realidades ao mesmo tempo? Por acaso, o embrião pode ser, objetivamente, ao mesmo tempo, vida humana ou não, conforme a opinião de cada um...? Tem sentido isso? A realidade é uma só, e é objetiva: ou é ou não é! E, neste caso, já vimos que, com base científica, já desde o zigoto trata-se de vida humana! Então, quem quiser pode achar ou deixar de achar à vontade; mas a verdade não muda por causa disso!

Amigos, afastemos para longe de nós este grande mal.

Até a próxima!

Modificado em 09/10/2017, com o acréscimo do link do vídeo do programa.

1 Discurso do Papa Bento XVI aos participantes na Assembleia Plenária da Comissão Teológica Internacional, 7 de dezembro de 2012.

Leitura sugerida: texto com mais declarações do Dr. Lejeune, na página da Editora Cléofas, de Felipe Aquino.

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